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ANTÔNIO DA SILVA PRADO

     Nascido na cidade de São Paulo em 25 de fevereiro de 1840, filho de Martinho da Silva Prado e de Veridiana Valéria da Silva Prado, membros da aristocracia cafeeira paulista.

 

   Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1861, cursando especialização em Direito na cidade de Paris. Também foi chefe de polícia em São Paulo, Deputado Provincial da mesma cidade(1862-1864) e deputado federal (na época dizia-se "deputado geral) em 1869 e 1872 pelo Partido Conservador. Em 1878 foi inspetor especial de terras e colonização da Província de São Paulo. Tornou-se conselheiro do Império em 1888 e senador em 1886. Partidário da abolição, foi ministro da Agricultura(1885/87 e 1887/88) e das Relações Exteriores(1888).

 

     Ademais, incentivou a imigração italiana no Brasil, sendo um dos fundadores da "Sociedade Brasileira de Imigração". Participou da elaboração e assinou, junto com a Princesa Isabel a Lei Saraiva-Cotegipe, também chamada Lei dos Sexagenários, que previa a abolição gradual da escravatura no Brasil e participou da elaboração da Lei Áurea.

 

     Tornou-se intendente da cidade de São Paulo em 7 de janeiro de 1899, sendo o primeiro a receber o título de prefeito e permaneceu doze anos no cargo, até 15 de janeiro de 1911, o que o torna o prefeito que perdurou por mais tempo no cargo. Foi responsável pela implantação do sistema de energia elétrica na cidade, em 1900, graças a uma usina hidroelétrica construída em Santana de Parnaíba, através da empresa canadense The Sao Paulo Light & Power, que ocupava o atual centro comercial do mesmo nome. Faleceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1929.

PADRE SCHIO

     Padre João Bosco Luiz Schio nasceu em Caxias do Sul, na Capela de Santa Justina, em 15 de fevereiro de 1933. Fez os estudos de Filosofia e de Teologia e foi ordenado sacerdote por Dom Benedito Zorzi em 1957, na Diocese de Caxias do Sul.

 

     Nos anos 60 assessorou, na Diocese, a Juventude Agrária Católica (JAC) e foi nomeado assistente nacional da Juventude Agrária Católica (JAC) no Rio de Janeiro, movimento pioneiro em reunir os jovens do campo no Brasil, que deu origem aos sindicatos de trabalhadores rurais. A atividade foi estendida a toda a América Latina, por onde ele viajou até 1970, na equipe latino-americana da JAC. Participou da criação da CPT (Comissão Pastoral da Terra), comissão que coordenou de 1975 a 1988, atuando intensamente na Pastoral Rural, organizando os trabalhadores rurais em sindicatos, cooperativas, agricultura ecológica e juventude rural. De volta ao Brasil, assumiu a Paróquia de Antônio Prado, realizando um trabalho piloto na organização das comunidades, aplicando à agricultura o método Paulo Freire.

 

     "Sempre participou, de muitas formas, das atividades pastorais e de evangelização. Dedicou-se à promoção das famílias agricultoras, colaborando na criação e organização da Cooperativa Agropecuária Pradense, buscando, inclusive, recursos econômicos em outros países. Da mesma forma, apoiou e incentivou o movimento ecológico do município, que mereceu a realização de uma Romaria da Terra em Antônio Prado. Em 11 de dezembro de 1992 recebeu o título de Cidadão Pradense na Câmara de Vereadores de Antônio Prado. Esteve sempre presente em todas as atividades de promoção humana e espiritual da paróquia e do município de Antônio Prado, destacando-se com sua participação na imprensa escrita e falada de Antônio Prado.” (ROVEDA, Fernando (Org.). Caminhos da Fé, 2010)

 

   Padre Schio foi uma das grandes figuras da Igreja gaúcha, comprometida com os pobres, na linha do Concílio Vaticano II, Medellín e Puebla. Colaborou com muitos leigos para que esses pudessem assumir seu papel de protagonistas para um mundo melhor, inclusive com ajuda financeira, dando de sua própria côngrua. Marcou seu sacerdócio por um profundo engajamento na vida do povo, principalmente do pequeno produtor. “Padre Schio foi uma bênção de Deus para a caminhada dos pobres da terra. Sua atuação incentivou o surgimento de muitas associações de produtores ecológicos, inclusive o Centro Ecológico de Ipê”, conta o padre Júlio Giordani, com quem ele trabalhou por cerca de 30 anos.

DONA NENI

    Joana Magdalena Bocchese nacera em 07 de outubro de 1904, era filha de Antônio Bocchese e Maria Marin Bocchese (Maretina). Seu nome fora a junção do nome de sua avó materna, Joana e de sua única tia paterna, Magdalena. O apelido “Neni” surgiu como uma forma de diferenciá-la da avó e da tia. Após o falecimento de Antônio Bocchese, em 1919, Maretina assumiu a casa e os negócios, junto aos filhos. Porém, um a um, os filhos começaram a casar, saindo de casa, ficando apenas a jovem Neni, dedicada a auxiliar sua mãe  com a casa e o comércio. Esse é o provável motivo de Joana nunca ter se casado. Com o falecimento de Maretina em 1944, Dona Neni assumiu os negócios e a casa. Vários sobrinhos foram morar com ela, auxiliando-a. “Enquanto a saúde Permitiu, Tia Neni foi sempre uma pessoa alegre, jovial, social e muito benquista por todos. Faleceu em 22 de Setembro de 1981.” (p.657)

 

CARRA, Lúcia Zanella. Casa da Neni. Raízes de Antônio Prado. Org. BACCARIN, Onira; GUZZO, Dirce Brambatti; BARROSO, Véra Lucia Maciel. Porto Alegre: EST, 2008. 654 - 661.

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